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O DESEJO
Há uma extrema semelhança entre o desejo e a volição, mas que há indícios que o desejo esteja mais relacionado á esfera afetiva do que volitiva. O desejo é um dos componentes transitórios de nosso psiquismo, por se tratar de um assunto pouco delineado pelos estudiosos e por entendermos que o desejo envolve uma ação combinada de vontade, pensamentos e sentimentos; então é lícito considera-lo como integrante da vontade humana, ainda que esteja carregado de afetividade.
Os desejos vem de nossa parte mais primitiva, a natureza herdada e dos pensamentos advindos de nossas vivencias e, carregados de afetividade; mas há desejos menos afetivos e mais racionais, derivados do pensamento, raciocínio, da análise do meio em que se encontra o individuo.
Dos três níveis do desejo, o interesse é o que apresenta menos energia psíquica e é o mais racional de todos. Não há um querer sem a obrigatoriedade de satisfação pessoal ou vanglória e que aponta para as necessidades justificáveis á luz da razão. É perfeitamente possível querermos algo por uma questão de preferência, necessidade, dever ou consciência.
Um individuo pode expressar interesse em adquirir um automóvel simplesmente para ir ao trabalho de forma mais rápida e segura. Se a real força motivadora desse individuo fosse o prazer de dirigir seu novo carro, estaríamos diante de outro caso. Muito mais que do que uma necessidade justificável racionalmente, teríamos agora a busca da satisfação pessoal. Este mesmo individuo manifesta interesse o propósito de exaltação pessoal diante das demais pessoas, exibindo “status” como gratificação por obter a atenção de outros, assim, sua força motivadora estaria muito mais além de interesse e diferente do simples prazer.
A verdadeira intenção se enquadra melhor no âmbito, do poder, da ambição e da cobiça ao substituirmos a palavra desejo por apetite dentro do contexto da gastronomia, certamente teremos uma visão melhor da diferença entre os três tipos básicos:
O interesse visa atender a uma necessidade, o prazer busca a satisfação pessoal e a ambição visa o domínio, a conquista e o poder. Estes níveis imersos no complexo do desejo tem diferenças nos aspectos das intenções e em graus ascendentes de energia motivadora. A intensidade desta força é menor no interesse, mais forte no prazer e extrema na ambição; os dois primeiros níveis do desejo expressamos sem cairmos em pecado, sem levar em consideração como sentimento de culpa.
Há circunstancias que exigem muito mais o prazer do que simples interesse, pois a intensidade motivadora para atender a necessidade do prazer, será maior do que a força do interesse. Quando um individuo aspira secretamente o desejo de se sentir honrado entre as pessoas, nutri seu ego com a vanglória e todo seu anseio na busca por aceitação e poder, estão sublimadas pelo orgulho.
A cobiça e a ambição estão inseridas na essência do “SER”, e o desequilíbrio visível entre as múltiplas facetas do desejo, com predominância dos impulsos fracos ou demasiadamente acentuados, respondera de forma inadequada aos reais estímulos da realidade.
O mau comportamento do consciente, traz prejuízos á saúde e bem-estar do individuo, além de comprometer a vida espiritual deste; já que a hiperestimulação e hiper-motivação do desejo estão ligados pelo prazer e a ganância; já o Nihilismo – desmotivação total(psicastenia), age como opção na perda do sentido de realidade, depressão, angústia e o desenvolvimento da personalidade suicida...